terça-feira, 20 de maio de 2014

A SOLIDÃO

A maternidade é uma transformação louca, um turbilhão. Ela impõe novas prioridades, provoca novos medos, novas ansiedades, é tudo tão novo, tão intenso q acho que acaba sobrando bem pouco da pessoa de antes. E isso resvala todas as relações da vida né. É comum ver casais que não conseguem mais se entender, amigos que se afastam, amigos que se aproximam, trabalhos que são trocados, interesses que se desfazem, famílias que se reconectam, famílias que se desconectam...

Mas é isso aí! É duro, exige da mulher encarar um vendaval de sentimentos e encontrar seu novo ponto de equilíbrio, e depois de um tempo, com mais ou menos dificuldade, maiores ou menores consequências, tudo entra inevitavelmente nos novos eixos e a vida retoma seu ritmo novo. No meu caso, depois de ter me desligado de um emprego de 10 anos e com o qual me identificava muito, passando a trabalhar menos e em casa, acho que a experiência mais inesperada foi a solidão... Como assim essa sensação de sozinha e essa tendência a só se preocupar com o neném...  

Essa fase inicial da maternidade, acho q pelo menos até o 1º ano, é muito solitária... É lindo, um amor louco, um vício, uma devoção, mas também é muita função, muita atenção. A criança ainda está construindo seu ritmo biológico, ainda tem várias restrições alimentares, não anda, não fala... e isso acaba exigindo um bom tempo dedicado à ela. Quando Alice era bebê, depois que eu botava ela pra dormir, eu já estava exausta e dormia também. Nisso o marido estava em outro turno, amigos acho que só conseguia ver final de semana; os dias iam passando e o mundo infantil e a rotina doméstica se expandiam na minha rotina, os papos divertidos de barzinho, de noitada, aquelas trocas ricas de pessoa adulta e independente foram ficando pro Facebook... Mas o tempo passa, Alice foi crescendo, ganhando maior autonomia, a creche/ escola entraram em cena e aos poucos fui reconstruindo minha nova vida.

Daí que qdo eu estava pra ter o Eric, já tinha parado pra pensar sobre essa coisa da solidão e refleti q estaria melhor preparada, é uma fase que já sei q passa. Mas eis a vida... O segundo filho nos mostra, ou melhor colocando, Eric vive me mostrando como eu confundo experiência com expectativa... me pego novamente triste com a minha solidão... 9 da noite parece meia noite... silêncio, televisão sozinha... amigos só por telefone e FB. E me peguei achando que ninguém lembra que eu existo, com a sensação de que só eu estou sozinha, putz, tudo de novo! Que saco!

Sei que passa, mas enquanto não passa demora! Bom, pelo menos dessa vez, acho que sei identificar os canais pra lidar com isso. Preciso encarar eventos de adulto que me fazem feliz! E foi nessa esteira que aconteceu um choppinho só com amigas seguido de evento na Fundição Progresso... fiquei sorrindo a semana inteira ;). Foi tão importante! Mas ao mesmo tempo, é tão difícil fazer o movimento... vencer o cansaço, o apego ao bebê, a rotina da casa que tb não está acostumada a essa nova postura... Mas ali percebi que dá pra ir uma vez ou outra e que o bem que me faz, faz também muito bem pro entorno familiar.  #ficaadica

SURPRESA!!

LL ia fazer 40. Está numa fase criativa de vida, é super social, se amarra nos amigos à volta, adora recebê-los em casa, adora festas, sonhou fazer uma super comemoração de 40! Mas ... a perda repentina do pai há 2 meses roubou-lhe o ânimo. O 1º de abril ia se aproximando e ele nem tocava no assunto. Quem o conhece sabe que isso é zero o perfil do LL. Resolvi que o melhor presente que eu poderia dar pra ele era ter os amigos juntos. J Já viu, né!

Uma semana antes, combinei com a cunhada de usarmos a casa dela. Os dias seguintes foram de planejar, chamar os amigos e reservei a 6ª feira pra executar.

A 6ª feira começou às 7 da manhã dentro da piscina, rá! Porque agora sou uma pessoa que nada 2x por semana JJJ. Dali fui tomar café com a mãe e a irmã e segui de bike pra comprar tinta. É que minha casa está com obra e tinha que levar a tinta pro pintor...

Muito bem. Em casa, a checada de emails rendeu mais tempo no computador revisando o trabalho de ontem e só comecei a executar o plano quase na hora do almoço. Encomendei bebidas, gelo e uma quiche de cebola – tudo pra entregar. A torta, a prima vai levar! O pão de miga vou ter que buscar. Ok, é aqui perto. Roubei 4 garrafas de vinho da adega dele, almocei revisando a lista do supermercado e acabei decidindo experimentar um mercado novo. Putz, que escolha infeliz, não encontrei metade dos itens da lista e tive que parar em outro lugar antes de seguir pra deixar tudo na casa da cunhada. A essa altura, pelo trânsito e pela hora, recorri à minha mãe: pegar (e pagar) o pão de miga e ir pra minha casa render a babá que estava com o Eric e precisava ir embora. Da casa da Keila, deixei o carro em casa e fui buscar a Alice na escola. Uf! Tudo encaminhado

À noite, antes de chegar em casa, LL liga “Amor, queria tomar um vinho hoje!”. Putz... ele vai reparar! Pra tentar disfarçar o desfalque, me apropriei da bagunça da obra e deixei o bar e a adega atravancados com cadeiras e caixas fora do lugar. Funcionou. Quando ele chegou o acesso ao bar estava tão ruim, que ele abriu rapidinho, deve ter pego qualquer garrafa e saiu dali rapidamente. Hehe. Ponto!

No sábado, acionei um amigo pra ocupá-lo enquanto eu ia pra casa da cunhada terminar de arrumar a festa. Avisei que precisava ir lá e que iria com as crianças, sugeri que ele me buscasse mais tarde. Sem falar muito o que eu ia fazer, ele também não perguntou e foi isso. Depois do almoço, fiz uma mochila com roupinhas, fraldas e pomada, brinquedinhos, comida e leite pro Eric, separei as caixas do pão de miga, uma bolsa com maquiagem e muda de roupa pra mim e pra Alice. MEGA carregada, pedi pra minha irmã me levar na casa da cunhada. 

Yeah! Tudo certo! Tudo lindo, ele não desconfiava de absolutamente nada, arrumamos tudo numa boa, as crianças mega ajudaram, ficaram super bem! As 19h os amigos começaram a chegar. Lá pras 20h, pouco antes, ele liga: ‘E aí? Qual vai ser?’ ‘Pode vir, sobe!’ ‘To com o Michel’ ‘Traz ele, o Eric acabou de dormir, a Alice está ótima com as primas, tem uns amigos da Keila aqui vem com ele a gente toma uma cervejinha... vira um programa de sábado!’

Bingo! Com bebê em casa, qualquer cerveja na varanda vira night. Foi só correr pro abraço e pro parabéns!


Quando ele abriu a porta: ‘Parabéns pra você...’ Foi lindo! Olhos arregalados como se não estivesse vendo direito. TODOS os amigos ali! Ele ficou mudo e, o que é bem raro, emocionado, discretas lágrimas enxugadas do rosto. Foi LINDO!!!!!

segunda-feira, 17 de março de 2014

RELATO DO PARTO

Era 3ª feira, de manhãzinha, fui ao banheiro. Xixi era ligeiramente escurecido... passei o dia mais ansiosa, achei q a barriga contraia com mais frequência q o normal, e era mais desconfortável q o habitual.

Há dias Alice andava super agarrada e querendo-mamãe, mais q o normal. A babá percebeu e chegou a comentar 'criança sente... o Eric deve estar vindo' isso foi na 6a feira; achei q dificilmente chegaríamos ao final da semana seguinte.

No final da tarde daquela 3ª feira, Alice chegou da escola e foi logo beijando e abraçando a barriga. E disse 'Ele falou que ele quer sair.' Naquele momento, sabia que tinha chegado a hora. De madrugada acordei com as primeiras contrações e Eric nasceu dois dias depois.

--

Eu fui atrás e consegui. Eric nasceu sem que eu tivesse tomado nenhuma ‘droga’, nem anestesia nem oxitocina. Doeu PRACARALH... mas tudo passa instantaneamente e aí, é só baby!

Tudo começou quando ouvi da Mabi sua experiência com a Lorena, que nasceu em casa. Achei louco mas incrível... ela contou um pouco sobre os cuidados que teve para o parto, da banheira em casa, a preparação durante a gestação... nunca achei ela louca ou radical, talvez por isso eu tenha ouvido com mais abertura. Meses depois, eu nem grávida estava, falei rapidamente com a pediatra da Alice sobre a experiência incrível da Mabi e, que surpresa, recebi apoio e vários conselhos, sendo o principal, que eu precisaria trocar de obstetra se eu quisesse algo parecido. Armazenei aquela informação e não toquei mais no assunto.

Fiquei grávida acho que um ano depois. Lembrei do conselho de trocar de médico, mas acho que no fundo eu não acreditava que poderia realmente fazer diferença, eu confiava de verdade no meu obstetra, ele foi hiper atencioso e paciente no parto da Alice, era um cara hiper calmo, competente e nunca me deixou sem retorno ou insegura sobre o que quer que fosse. Sempre me senti cuidada, assistida e confiante. Tá lindo, não está?

Assim, as semanas iam passando e a vida corrida ia me deixando no caminho conhecido e seguro – muito mais fácil ne. Só que meu inconsciente trabalhou e não me deixou ficar sem falar com a Mabi... eu já estava na semana 18 ou 20 quando a conversa com ela bateu! Ela já tinha falado da Diana, já tinha me sugerido fontes de informação... e eu, nada. Dessa vez ela me deu o telefone da Diana ‘conversa com ela, só ouve’. Fiquei a semana toda olhando pro número... dias depois encontrei a pediatra e comentei que planejava  falar com uma doula bla-bla-bla. E ela, ‘quem é? A Diana?’, ‘É’, ‘Ela é ótima, liga pra ela! A gente trabalha junto direto, você está muito bem assistida, mas vai ter que mudar de médico’. Foi um apoio muito importante. Liguei pra Diana, nos encontramos, ela me passou o contato de uma obstetra e eu me matriculei na aula de ioga. Pronto! A partir dali já fui me envolvendo com aquelas informações, com aquela tribo de mulheres cheias de garra e totalmente empoderadas de suas gestações. Os encontros com outras mulheres para trocas de experiências e expectativas faziam muito sentido e mantinham um clima de cumplicidade que era impossível ficar no meio do caminho. Ou se integra ou se afasta. Eu me entreguei.
---
Na madrugada em que acordei com as primeiras contrações, Diana me orientou a me manter calma e me examinaria pela manhã. Sem dilatação, esperamos a evolução. O dia passou tranquilo, as contrações se tornaram mais suportáveis, encerrei assuntos de trabalho, fui caminhar com o marido pelo bairro. A família um pouco ansiosa tentava não pressionar e Alice já tinha ido da escola direto pra casa da cunhada. A madrugada foi de descanso total. Mas de manhã...

Por volta de 10h comecei a liberar líquido... a bolsa tinha estourado, eu andava e molhava o chão. Tomei um chuveiro quente (era inverno, o que fazia o banho ainda melhor) e aliviava muito a pressão que eu sentia. Como a Diana previu, a dor das contrações entraram então em nova ‘fase’ e não me permitiam mais sorrir e conversar normalmente. Era o TP iniciando. Ela chegou em casa por volta das 12h, 2 cm de dilatação. Lembrei dos 2 cm do parto da Alice, tive medo daquela ‘estação’. Mas a verdade é que não tive mais nem chance de lembrar disso de novo, eu estava entrando num estágio em que não conseguia realmente prestar atenção em mais nada do que acontecia a minha volta, é um transe conhecido como ‘partolândia’, naquela hora eram só eu e a Diana, no meu quarto, muitos panos, muito líquido. Ela me levou ao banho novamente e voltamos pra cama, meu foco eram as contrações e a dor, e aí eu já começava a urrar. Eu urrava junto com a contração e quando cessava, quase dormia. Lembro de ter dito em algum momento ‘Eu não quero que o nenem nasça em casa’. Diana me ajudava a buscar e trocar de posição. Impossível precisar quanto tempo se passou quando ao me examinar ela informou ‘5 cm vamos pro hospital’. E eu ‘Como??! Não vou conseguihhhhhrrrrrrr’. Ela me deu um pano longo, que coloquei em volta da cintura, na altura do quadril e quando a contração vinha eu parava de caminhar e agarrava o pano puxando-o com as duas mãos pra baixo na direção do chão... e assim fui caminhando até o carro.

No caminho, era 20 de junho de 2013, a agitação popular nas ruas gritava do lado de fora e eu berrava de dor do lado de dentro do carro. Mas felizmente, o trânsito até Laranjeiras estava tranquilo e chegamos rápido. Cheguei aos berros, não há falta de vaga que freie atendimento a uma mulher berrando em TP. Fui direto pra uma salinha onde encontrei a médica Dra. Fernanda e a pediatra-amiga a também Dra. Fernanda. Eu já estava na fase chamada expulsiva e foi quando o marido entrou em ação. Foi nele que eu me apoiei pra fazer força pra expulsar o Erikito. Num determinado momento, fomos pra uma sala maior que costumo descrever como uma sala de brinquedos... tinham cordas penduradas, bancos, cadeiras, luzes estavam apagadas, e uma banquetinha azul vazada que percebi na hora que seria ali. O marido se sentou atrás de mim me abraçando, e eu me apoiei nos braços dele enquanto fazia força sentada na banqueta. Foram várias forças ali. Achei que uma vez que o neném começasse a sair, pronto ele sozinho ‘cairia’, mas não, tive que fazer muita força até o fim! E pra mim foi quando mais doeu! Até que... o choro! Alívio! Sento no chão! Nenenzinho todo melecadinho pequenininho no colo! Querendo abrir o olhinho! Cabeludo, cabeludo... O choro! Meu! Do Marido! ‘E agora, o que eu faço?’ lembro de ter falado... Eric ainda com o cordão umbilical ligado a mim, já foi se direcionando pro peito! Incrível!! As meninas (rs, a obstetra, a pediatra e a doula) deram pro marido cortar o cordão, e comemoramos...


Eric ficou ali no meu colo, mamou de prima, mãozinha no peito, olhinho já abertinho, só saiu de perto de mim na hora de irmos pro quarto, e não nos desgrudamos mais até hoje, nove meses depois.  

Antes do carnaval

Depois do parto do Eric passei a prestar mais atenção nas histórias de parto alheias – de amigas, de conhecidas, desconhecidas... Eric nasceu de parto natural (normal e sem anestesia) bem na época do filme ‘O Renascimento do Parto’ e isso deu certa 'publicizada' na minha história. Na época e até uns 3 meses depois contei muitas vezes e pra muitas pessoas como tinha sido minha experiência como um todo. Depois disso e até hoje, de vez em quando amigas me ligam pedindo indicações e referências. Acho ótimo e super do tamanho. E dessa forma não fico cutucando mães e grávidas com um assunto íntimo como esse e que costuma gerar algum desconforto.
                                                              
Dito isso quero colocar duas coisas. Uma é que depois do Eric, se tornou impressionantemente claro pra mim como os médicos conduzem o fim da gestação de uma forma q a gestante absolutamente não se dá conta. É nítida a falta de espaço pra gestação se concluir por si própria. Em muitos casos ao menor sinal de evolução ou estagnação na fase final da gestação – antes do trabalho de parto (TP) – o médico já encaminha a cesárea, dá uma série de motivos, diz que deve-se evitar qualquer intercorrência, esperas demoradas (pra ele naturalmente) e, docemente, ele propõe, 'Vamos marcar? Se não nascer até lá, tudo bem, você já está na semana X, está tudo bem com o neném, não convém esperar mais’. Na hora, ansiosa, cansada, muitas vezes inchada, ‘Claro, tá ótimo!’, diz a gestante feliz, aliviada e confiante. Eu me pergunto, não convém a quem esperar?? Ao neném que não é! Existe um ciclo aí que é natural e que é interrompido. Isso sem falar de histórias mau-caráter que já ouvi de médico que 'erra' a contagem das semanas pra cesárea ser mais 'garantida'. Credo! Enfim... 

A outra coisa é a seguinte. Toda mãe de bebê ou criança pequena vive a situação pentelha de figuras aleatórias q passam pela rua e resolvem se intrometer no q estamos fazendo ou não com a criança – tipo 'olha, ele está babando!', 'moça, o pescocinho dela está todo torto', 'não segura ele assim, não!', 'ih! Tá chorando!', ‘oh, tá dormindo!’, ou como um amigo pai de gêmeos uma vez contou 'ih, são iguais?'. Ô saco! Tento não dar bola mas sou fraca... sou sempre fofa. Por outro lado, descobri nessa situação uma ótima oportunidade pra eu botar pra fora minha indignação com essa imposição do ‘sistema’ por cesáreas marcadas. Aquelas que resolvem resolvem contar q fulana vai ter neném amanhã ou q ciclana vai ser vovó semana que vem, ah, não me faço desconhecida, 'mas amanhã? Como vc sabe?','Já marcou!’, ‘Marcou? Mas por quê?? Aconteceu alguma coisa?' Recentemente a resposta tem sido 'pra fugir do carnaval'.


Percebeu né? 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Comidinhas eba! #SQN

Eric começou a comer! Ufa! 

Começamos com a frutinha, foi um sucesso! Comia duas bananas direto, comia manga balançando as pernas, bebia suquinho de laranja, de melancia... delícia de ver e de 'brincar'. Mas quando chegou a papinha salgada... afff, não esperava por essa. Ele 'provava' fazia careta e esfregava as mãos no rosto espalhando a comida que a boca tinha devolvido... a primeira semana foi super difícil. E muito frustrante... 

Não me incomodava a sujeira, mas poxa achei q comer ia ser divertido. Alice amou comer desde a primeira colherada, não teve dificuldade nenhuma e entendeu rapidinho como funcionava. Em duas semanas parecia nem lembrar q tinha peito...

Agora o Eric... minha primeira estratégia foi dar de mamar 1 h antes pra ele não ficar tão faminto na hora de comer, senão nem sentava na cadeirinha. Mas mesmo assim fazia careta e travava a boca pras comidinhas com um pouquinho mais de sabor. No final da primeira semana, ao que ele menos resistiu foram chuchu e abóbora - ou seja sem sabor ou adocicado. Diante de tanta resistência e de um resultado tão duro, resolvi aliviar a pressão. Não gostou, ok, é novidade, às vezes precisamos de um pouquinho de paciência mesmo (olha ela aí!) pra nos acostumarmos, conhecermos novas 'ideias', novas comidas. Ok. A nova estratégia então foi oferecer menos opções e mais quantidade, no prato só chuchu, abóbora e +1. Pronto, assim eu não fico insistindo em que ele coma e ele não se irrita com o desconforto todo. O +1 começou sendo algo adocicado - cenoura, beterraba, batata doce - ou com pouco sabor - couve flor, abobrinha, nabo (cozido, não tem sabor nenhum!). Assim o momento da comidinha foi ficando mais fácil. Ah! Detalhe importante: também parei de dar de mamar durante o dia, a partir de agora só de manhã e antes de dormir.


Acho que funcionou. No final da segunda semana Erikito já estava se divertindo na cadeirinha, deixava ele a vontade para se lambuzar, pegar a comida com a mão esfregar na mesa, no rosto, na roupa, e naturalmente, colocava na boca também. Sem mamar mais, certamente ficou mais ligado na saciedade que a comidinha dava. E como depois de comer passou a vir SEMPRE um banho, criou-se uma rotina bem firme e acho que confortável pra ele: come, banho e soninho. 

Eee! Muito bem! Ponto pra mamãe! Mais um mês se passou e Eric se tornou um comilão inacreditável! Come tudo, de tudo e muito! Que luxo poder estar pertinho do filhote e acompanhar as mudanças do bebê. Feliz. A próxima etapa, já está na mira: parar de amamentar... até lá estou curtindo muito os últimos momentinhos que vivemos. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

DEPOIS DO FERIADO

Meus dias de maratona cotidiana estão se tornando rotina... E é incrível como as situações se repetem! Acho que eu é que tenho que me habituar e me preparar melhor - emocionalmente e operacionalmente. 

Depois de uma semana de duro luto pela perda repentina do sogro querido e presente, o fim de semana prolongado terminou com a notícia de q a babá - q em 9 meses tem segurado todas as barras - vai faltar na 3a. feira.

Engoli seco e mentalizei tudo o que tinha que acontecer na 3a feira – natação da Alice 8:30; pediatra do Eric 10h; Alice na colônia de férias às 14:30; fisioterapia respiratória no Eric em casa às 15h; buscar Alice na colônia as 18h. F... e ainda arrumar tudo e a todos.

Bom a natação não rolou. Durante o café da manhã dei a frutinha pro Erikito e preparei o lanche da Alice pra colônia. No caminho pra pediatra liguei pra mãe da amiguinha, Alice vai pra lá, almoça e segue com a amiga pra colônia. Oba, ponto pra mim! Na pediatra, descobri que a consulta era às 9h... tudo bem, posso esperar e ela vai me encaixar. Tá ótimo!  Já em casa, Erikito dormindo, descobri que a comidinha dele acabou... bora cozinhar! Cenoura, batata doce, frango. O pequeno acordou bem na hora, comeu tudo fresquinho e se lambuzou! Dali fomos direto pro banho – ele, eu ainda não. Nesse momento a cozinha um caos, comida pra todos os lados – na panela, no mixer, no tupperware, na pia, no chão, na cadeirinha... Com o gordo no colo, organizei minimamente a bagunça, tempo o suficiente pra chegar o fisioterapeuta. Fez as massagens no pequeno, não precisou aspirar (eba!) e foi embora. Já está na hora da frutinha da tarde... será que ele vai comer. Comeu! Feliz! E depois, exausto, com a boca ainda suja de mamão, dormiu! Ufa! 16h.  Deixa a casa pra lá! Fui pro computador e trabalhei (ahá!) até às 18h30, quando Alice chegou da colônia com a minha mãe e o Eric acordou.
Ih! Amanhã vem a cozinheira... não tem comida pra ela cozinhar... afff, o supermercado vai ficar pra amanhã.

A boa notícia é que nesta noite Erikito dormiu ANOITETODA, mas shshshshsh não espalha... 

DIFÍCIL

Foi um domingo de paz e tranqüilidade. Sem programas e sem correria. Alice dormiu na casa da tia, então acordamos calmamente, Eric mamou tranquilo, tomamos café, conversamos, falamos sobre as notícias no jornal (raridade...). Fui com o pequeno ao parquinho, passei na feira... Lele foi buscar Alice enqto o pequeno brincava na piscininha de plástico, casa relativamente em ordem e em silêncio. Lili chegou feliz e foi logo pra piscininha. Almoçamos ali fora mesmo, Lili comeu de dentro da água feliz e falante.
Mais tarde Lili e Lele foram ao parque e nos encontramos depois na casa do vovô e da vovó. Lá, vovó nos recebeu feliz, vovô estava cansado preferiu ficar deitado. Ficamos jogando conversa fora, vovó curtindo os netos... até que a vovó foi ver o vovô... gritos... emergência... socorro... amigo médico chega ... ambulância chega... choros e gritos... e choros e choros e choros...

Lili ficou na sala o tempo todo vendo televisão alheia ao movimento e ao doloroso evento. Erikito ainda muito pequeno só queria ficar no meu colo, sorrindo e falando.

A pediatra-amiga e vizinha levou a Lili pra brincar com a filha e levou o Erikito tb. A babá voltou antes e passou lá pra levar as crianças pra casa. Diante desse desfecho fora do comum... e tendo vivido uma situação tão diferente na casa da vovó, Lili ficou na dela. A amiga psi infantil, dias depois, me ajudou a me preparar para conversar com a Alice, era importante conversar.

Pequenina... que dó... como apresentar uma situação tão dura e tão permanente. O pai ainda tão sensível, a avó tão tristonha... Mas a conversa foi boa. Fui calma e direta. ‘Vovô Tutu morreu.’ E ela ‘Ahhh... por quê?’ Falei que o vovô estava velhinho e que agora a vovó e o papai estavam muito tristes, porque vão sentir muita saudade do vovô. Ela lembrou que ele estava com as mão tremendo (Parkinson inicial) e disse que tb ia sentir saudade. Pronto! E ‘Vamos brincar, mamãe?’.

A longo da semana ela apresentou a situação pra várias pessoas. Perguntou pro papai porque ele estava triste. Avisou à babá que o papai estava triste. Falou pra vovó que ela estava triste. E quando, numa hora qualquer a minha mãe reclamou que estava ficando velhinha, ela perguntou se ela também ia morrer. Minha mãe sem se espantar ou se ofender, simplesmente respondeu ‘Vou, mas não vai ser agora não’.


A energia da criança é incrível, essa inocência cheia de vida é um contraste a tristeza de perder uma vida.